Utilizada pela primeira vez, rastreabilidade blockchain garante segurança alimentar

O cafeicultor Andeson Minamihara concluiu nesta semana, a primeira exportação de um lote de café orgânico com a tecnologia de rastreabilidade blockchain para o Japão. A tecnologia foi implementada pela startup Arabyka, de Londrina-PR e permite que todas as informações referentes ao grão, como variedade, lote, tipo de colheita, secagem, descanso, entre outros, cheguem a todos os envolvidos na cadeia de forma segura, rápida e transparente, sem poder ser alterada.  

O trabalho começou há três anos e teve intermediação da Cocriagro, hub de inovação também com sede no sul. “Já tínhamos a ideia de fazer exportação com o uso dessa tecnologia, estávamos procurando e foi quando encontramos a Arabyka, que é especializada nessa área”, explica Anderson. “Para nós, é um orgulho poder inovar e aplicar uma tecnologia de ponta em um café produzido em Franca. É muito gratificante”.

O café Minamihara exportado é da variedade Obatã Vermelho e foi produzido com manejo próprio em uma área sombreada por abacateiros. Por se tratar de um lote especial, ele pode chegar a 90 pontos na classificação. A previsão é que o lote de 9 sacas, totalizando 252 quilos, chegue ao destino final em um prazo de 60 dias. “São clientes parceiros que têm licença da marca”.

Para Anderson, o uso da tecnologia blockchain possibilita uma segurança alimentar, inclusive no pós-venda. Nesse processo inclusive, torrefadores e cafeterias também podem inserir suas informações com total segurança dos dados e sem alterar o conteúdo já colocado anterior. A segurança dos dados ocorre porque a rede funciona como uma espécie de corrente, formada por uma cadeia de blocos criptografados, e são nesses blocos que ficam armazenadas as informações. “Essa rastreabilidade traz muita segurança e um valor adicional ainda maior para o nosso café”.

Após a conclusão do trâmite para o Japão, novos carregamentos com o uso da tecnologia blockchain devem ser feitos para a Europa ainda neste ano.