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Brasileiros que vivem sós consomem mais de R$ 100 bilhões por ano

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Notícias 19 Out, 2017
Evento que comemorou os 20 anos da Ipsos no país apontou novas tendências do mercado e constatou apatia dos brasileiros com o futuro da política

A indústria e a publicidade acordaram para a existência de pessoas que escolheram morar sozinhas – elas são 10 milhões, segundo o IBGE – e que, pelo padrão que têm e por hábitos diferenciados, dizem sobrar dinheiro ao final do mês.

São divorciados e viúvos, mas sobretudo jovens, que antes disso permaneceram mais tempo na casa dos pais. Esses brasileiros consomem acima de R$ 100 bilhões por ano e apresentam um perfil para o qual o mercado está só agora acordando.

Não querem necessariamente comprar um automóvel, mas preocupam-se com a mobilidade urbana. Não compram obrigatoriamente CDs, mas consomem a música por outros meios, como o streaming.

Para eles, as construtoras reservam agora imóveis menores, enquanto o setor de alimentos concebe embalagens menores e com quantidade menor de produtos.

O exemplo foi evocado nessa quinta-feira (19/10), em São Paulo, durante o evento “A Nova Cara do Brasil”, no qual a Ipsos marcou os 20 anos de presença no mercado brasileiro.

NOVAS DEMANDAS DE CONSUMO

O encontro procurou esboçar as novas demandas de consumo (“natural, sustentável e ativista”) que surgem de maneira paralela a um quadro de descrença nas instituições e de desapego à atividade política.

Quanto a ela, prevalece um desencanto generalizado, que se traduz, por exemplo, pelo fato de 76% das pessoas não esperarem nada de positivo do atual governo, prolongando uma tendência já verificada no governo anterior.

O entusiasmo que prevalecia nas pesquisas feitas há 12 anos deu lugar a um sentimento de revolta com relação ao futuro. As instituições que hoje desfrutam de maior confiança, as Forças Armadas e a Polícia Federal, refletem um apego maior à lei e à ordem.

A democracia deixou de ser um consenso, e 72% não confiam em eleições.

O ceticismo também atinge a imagem das empresas. O setor mais bem avaliado, o da indústria farmacêutica, tem a confiança de apenas 60% da população.

Dentro desse quadro, até a mídia paga seu preço, por estar muitas vezes associada à notícia manipulada ou inverídica, a chamada “fake news” -um conceito incorporado à terminologia de parte da classe média.

O noticiário de má qualidade também atinge as marcas e procura impactar negativamente a população. Como no caso de um vídeo que recentemente viralizou nas redes sociais, em que pombos mortos caíam num tanque de fermentação de cerveja.

Dois dos gerentes de pesquisas qualitativas da Ipsos disseram que as redes sociais se tornaram “um terreno fértil para a projeção de identidade” de um público segmentado.

Nessas redes nasce a percepção de que as famílias de formação tradicional compõem apenas uma parcela da população. Os casais não têm necessariamente filhos, e os casais LGBT conquistam a condição cultural de um lar.

É em meio a essas novas configurações que surgem os lares de uma pessoa só.

O PET NÃO É SÓ O ANTIGO CACHORRINHO

Pouco importa o formato familiar, em lugar dos animais domésticos, mantidos antigamente nos quintais, tem-se hoje a figura do pet, com liberdade para se locomover por todo o domicílio e para o qual a indústria, o varejo e os serviços tiveram sucesso ao procurarem entender esse novo tipo de consumo.

Entre os convidados presentes ao evento da Ipsos, Emmanuel Hedoin, do Grupo PSA (Peugeot/Citroen), disse que a lógica hoje não se limita mais a vender automóveis, e que a indústria está se movimentando para suprir a demanda de compartilhamento.

A respeito dessa prática, Eduardo Lorenzi, do grupo Publicis Brasil, citou o caso de imóveis nos Estados Unidos em que, por exemplo, os 40 apartamentos têm na garagem uma frota de 20 automóveis Chevrolet. Os veículos são compartilhados pelos condôminos, segundo suas necessidades.

Bruno Rigonatti, um executivo da Ambev, disse, por sua vez, que, ao patrocinar uma das últimas paradas LGBT de São Paulo, a Skol ganhou pontos por centrar suas campanhas na ideia de diversidade.

Jorge Kodja, diretor de marketing da L´Oréal, discorreu sobre a diversidade na indústria de produtos de beleza. Se antes a mulher procurava eliminar os cachos, ela hoje os aceita, porque eles estão na moda.

Mas essa constatação não basta para o sucesso comercial. É preciso que haja “legitimidade” na posição da empresa – o respeito à diversidade que ela demonstra -, porque ao contrário, se ela quiser apenas tirar lucro com modismos, virá uma resposta do mercado e ela se dará mal.

De certa forma, afirmou Kodja, há uma espécie de DNA que liga as empresas a inovações ou àquelas que trabalham apenas com hábitos já consolidados.

Essas últimas, disse ele, acreditam “que só o segundo rato come o queijo, porque o primeiro ficou preso na ratoeira”. No mercado de televisão, disse ele, é o caso do SBT, mais tradicional, e da Rede Globo, mais ousada em termos de costumes e que chegou a levar ao ar o beijo gay.

IMAGEM: Thinkstock 

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