Após um longo período de eliminação de postos de trabalho, o comércio atacadista do Estado de São Paulo voltou a criar empregos formais. Em julho, o setor gerou 1.379 empregos com carteira assinada, resultado de 14.154 admissões e 12.775 desligamentos. Foi o primeiro saldo positivo desde agosto de 2015, quando foram criados 101 empregos. Com isso, o setor atacadista de São Paulo encerrou o mês de julho com um estoque total de 492.992 trabalhadores formais, queda de 3,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No saldo acumulado de janeiro a julho são 6.424 empregos formais a menos e em doze meses a perda superou as 16 mil vagas.
Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista. As informações mostram o nível de emprego do comércio atacadista em dezesseis regiões e dez ramos de atividade. A FecomercioSP passou a acompanhar tais dados em fevereiro de 2016.
Entre as dez atividades pesquisadas em julho, apenas o segmento de produtos farmacêuticos e higiene pessoal (0,6%) apresentou crescimento no estoque de empregos na comparação com o mesmo mês de 2015. Os piores desempenhos foram vistos em eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-8,7%); máquinas de uso comercial e industrial (-6,6%); e tecidos, vestuário e calçados (-6,4%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o mercado de trabalho do comércio atacadista já havia mostrado sinais de melhora nos últimos meses. A taxa de retração no número de empregos formais no comparativo anual que atingiu 4,0% em março, desacelerou para 3,9% em abril e maio, caiu para -3,7% em junho e em julho observou-se um recuo de 3,2% no total de trabalhadores formais em relação a julho de 2015.
O saldo positivo de julho vem predominantemente do atacado de alimentos e bebidas, porém, quando sete das dez atividades avaliadas registram um saldo positivo de vagas, de acordo com a Entidade, invariavelmente significa um cenário mais consistente e já positivo, mesmo que ainda tímido.
Em julho também foi registrada a quantidade mais baixa de desligamentos no atacado paulista desde o início da pesquisa estadual, em janeiro de 2008. Essa menor quantidade de trabalhadores desligados demonstra um otimismo dos empresários em relação ao futuro mesmo diante de um cenário ainda incerto.
De acordo com a FecomercioSP, é esperado um mercado de trabalho não mais com redução acelerada daqui para frente. Os ganhos de confiança de empresários e consumidores causarão gradualmente estagnação dos saldos negativos e assim como ocorreu em julho, retorno da geração de vagas. Porém, este cenário deverá ser bastante volátil em 2016 e no início de 2017.
Atacado paulistano
Em julho foram gerados 750 empregos com carteira assinada no comércio atacadista da cidade de São Paulo, resultado de 5.502 admissões e 4.752 desligamentos. O avanço interrompeu 19 meses consecutivos de saldos negativos do atacado paulistano. A última vez que houve saldo positivo mensal foi em novembro de 2014. Com isso, o estoque total subiu para 204.713 empregados ativos. O saldo acumulado dos últimos 12 meses ainda é negativo em 9.099 empregos, o que levou à diminuição de 4,3% do estoque total de trabalhadores na comparação com julho do ano anterior.
Das dez atividades pesquisadas, apenas os segmentos de produtos químicos, metalúrgicos e agrícolas (-37 vagas), máquinas de uso comercial e industrial (-35 empregos) e papel, resíduos, sucatas e metais (-13 empregos) registraram redução de postos de trabalho em julho. Já as atividades de alimentos e bebidas (511 vagas), tecidos, vestuário e calçados (134 postos) e produtos farmacêuticos e higiene pessoal (61 empregos) apresentaram os maiores saldos positivos.
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