Compreender a estrutura do mercado de trabalho é essencial para avaliar o progresso econômico de uma cidade, especialmente em um país onde o consumo ainda é o principal motor do crescimento econômico. No entanto, o mercado de trabalho global passou por diversas transformações nas últimas décadas. Esses processos são impulsionados, principalmente, pela terceirização de atividades e pela construção do conceito de self-made man (trabalhar quando e como se deseja, tornando-se empreendedor de seu próprio destino).
Em Franca (SP), esse cenário não é diferente. Segundo dados do NOVO CAGED, atualmente a cidade conta com 100.775 trabalhadores formais. A distribuição desses trabalhadores na cadeia produtiva local está assim dividida: o setor de Serviços lidera, empregando cerca de 41% dos trabalhadores formais; seguido pelo setor de Comércio, que emprega 28%; a Indústria ocupa o terceiro lugar, com 27% dos empregos; a Construção Civil está em penúltimo, empregando 3%; e, por fim, o setor Agropecuário emprega 1%.
Esses dados revelam a predominância do setor de Serviços, que cresceu significativamente nos últimos anos, consolidando-se como o principal empregador do município. No entanto, é preciso nos atentarmos para o crescente fenômeno da “informalidade”, evidenciado pelo aumento no número de trabalhadores vinculados a plataformas de entrega de alimentos, motoristas de aplicativos e entregadores de plataformas online. Uma análise dos dados de abertura de Microempreendedores Individuais (MEIs), fornecidos pela Receita Federal, e considerando a exigência de cadastro de entregadores em plataformas — que requerem inscrição em CNAEs específicos (4930201, 4930202, 5320201, 5320202 ou 5229099) — permite um exame mais detalhado desse segmento específico de trabalhadores.
Os dados mostram que, nos últimos cinco anos, o setor de “entregas”, baseado nos CNAEs mencionados, cresceu em média 57,23% na cidade de Franca (SP). Isso sugere uma tendência de expansão desse setor “informal” nos próximos anos. É claro que serão necessários estudos mais aprofundados para uma compreensão completa desse cenário, mas, é evidente que o mercado de trabalho deve passar por uma reconfiguração nos anos vindouros.
A grande questão é: como lidar com essa dualidade entre o mercado formal e o informal? Como enfrentar a dicotomia entre o trabalho das 8h às 18h e o trabalho sob demanda? Será que seguiremos o modelo britânico do “zero-hour contract”? Ou será que os salários desestimulam a adesão ao trabalho formal sob o regime da CLT, vigente há quase um século? São muitas as questões, os estudos são complexos, e o tempo é um fator decisivo para compreendermos a nova configuração do mercado de trabalho.
Adnan Jebailey - economista
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