A palavra “Metaverso” vem do grego, onde meta significa “além de” e verso é a referência ao “universo”. Esse termo foi criado pelo autor Neal Stephenson no romance da ficção científica Snowcrash, em 1992. Nessa obra de ficção, a ideia central do Metaverso é tornar o ambiente físico e digital num espaço integrado à vida real, onde os dois se fundem, tornando-se somente um. A ideia do que hoje estamos vivendo.
Acredita-se que por volta de 10 anos ou menos, essa realidade estará extremamente implementada. Empresas como Meta, Reblok, Epic Games e a Microsoft já desenvolveram soluções baseadas no Metaverso. Afinal, essa corrida pelo desenvolvimento de tecnologias diz respeito também a um negócio bilionário, que atualmente se resumem em espaços virtuais e sobretudo soluções tecnológicas para jogos. Como é algo novo, as oportunidades de inovar e crescer são imensas e ainda incalculáveis.
Alguns mercados já começam a crescer no Metaverso, porém, para que esse universo seja viável, já está sendo pensado e feito a criação de um mercado financeiro virtual, onde as criptomoedas (moedas digitais como Bitcoin) e os NFTs (objetos digitais únicos e insubstituível ou token não fungível) são os primeiros recursos que podem ser intercambiados como moedas no Metaverso.
Essas duas moedas virtuais já começam abrir espaço para o comércio de itens digitais, como obras de arte ou material intelectual relacionado à área de arquitetura, como foi o caso da venda da primeira casa em NFTs, um projeto da artista Krista Kim. Chamada de Mars House, o projeto arquitetônico foi vendido por 288 Ethereum (moeda virtual), que equivaleria mais ou menos um valor de R$ 2,5 milhões na época que foi vendido.
É uma realidade que já está acontecendo, e, de agora em diante, vai ser muito mais constante essa realidade virtual que conecta o mundo físico ao digital. E o papel da arquitetura neste Universo não é diferente do que vemos em nosso mundo físico hoje, onde seu papel é simplesmente fundamental. A arquitetura é a arte de transformar o vazio ou espaço em algo belo e edificado, trazendo nosso poder criador e imaginário para o mundo real e concreto. O novo tem muito espaços vazios e o vazio é o espaço supremo para a próxima edificação de uma ideia.
No Metaverso é exatamente o que tem para acontecer. Imagina a quantidade de cenários que podem ser criados a partir do vazio virtual? Quantas oportunidades para gerar algo totalmente novo, edifícios, construções, paisagens, ou seja, estruturas maravilhosamente belas e elaboradas. Basicamente um novo mercado de trabalho para empresas, profissionais de arquitetura, engenharia, designers e todos os profissionais que estejam diretamente ligados à criação e embelezamento de espaços.
Basicamente, é um novo conceito que abre possibilidades para negociações diversas, onde será possível unir terrenos e edificações no mundo virtual e ao mesmo tempo no físico. Hoje já é possível, por exemplo, fechar uma negociação de um escritório no Metaverso com a veracidade e legalidade que conhecemos no mundo físico, com aplicativos ou soluções tecnológicas que garantam a integridade dessas negociações.
Atualmente empresas e indústrias de todos os segmentos, incluindo também as construtoras, escritórios de arquitetura, engenharia, designer, artes e corretoras de imóveis, discutem o futuro e sustentabilidade de seus negócios. O Metaverso deve ser considerado como uma grande oportunidade, afinal trata-se de um ambiente digital, que funciona como uma extensão da realidade física. E neste espaço, são bem mais fortes as características de imersão, compartilhamento e colaboração devido às suas possibilidades diversificadas e infinitas, principalmente neste momento inicial de um universo novo.
E nessa pequena análise que faço do Metaverso, vimos diversas possibilidades que se abrem para os arquitetos com a criação de projetos virtuais. A expectativa é que haja cada vez mais casas, condomínios, shopping e outras construções que possam ser projetadas por arquitetos. Acredito também que haverá a necessidade de um espaço físico onde seja possível o uso dos equipamentos para entrar nesse universo virtual, ou seja, óculos, luvas e demais acessórios para viajar nesse Metaverso, e atender a demanda funcional do mundo físico onde será o cenário que abriga quem vai trabalhar no mundo virtual.
Imagino trabalhos integrados sendo realizados entre os mundos físico e virtual, onde poderemos ver réplicas digitais de construções físicas que simulam comportamentos reais ou simulações de cidades. Nessa minha previsão, seria possível criar versões virtuais de diferentes locais para entender como sermos mais eficiente e atender melhor os mundos físicos e virtuais, através de sistemas como os gêmeos digitais chamado Building – Information Modeling (BIM). Resumidamente, BIM é um sistema que pode estudar um determinado comportamento no mundo virtual e melhorá-lo no mundo físico. E isso já existe.
Além disso, vejo uma realidade onde é possível realizar a exibição de obras de arte em qualquer parte do planeta. E essa realidade poderia ser ampliada para os museus, onde uma exposição seria feita em dois espaços diferentes ao mesmo tempo, por exemplo, ampliando o alcance e expansão a lugares variados, e dando oportunidade para artistas negociarem melhor suas obras de arte.
Que alegria! Cada vez mais opções vamos encontrando nesta jornada, comercialização do espaço, da criatividade, da volumetria arquitetônica, da liberdade de cores e formas e também do mobiliário, onde mais oportunidades para os arquitetos e designers que enveredam neste segmento. A arte se expressando... e isso é maravilhoso!
Lógico que para acompanhar esse mercado, os profissionais terão que se atualizar, mas já é necessário dar os primeiros passos para essa aventura, afinal, é um novo mundo cheio de possibilidades e principalmente nesta fase inicial nos dá a oportunidade de começar novamente com tecnologia, inspirados também pela sabedoria ancestral milenar, que se preocupava com projetos sustentáveis, híbridos e tinham uma mentalidade onde o espaço pode ter conforto, tecnologia e humanidade ao mesmo tempo. Se atualizar é fundamental sempre.
Por fim, vejo essa tecnologia como algo positivo para o mundo, pois é uma possibilidade do ser humano exercitar o sentir e o saber em tempo real, ou seja, é a união do nosso conhecimento com nossas emoções, do físico com o virtual, do mundo real com o espiritual. Para mim, é a confirmação de que tudo está no Todo, da confirmação da possibilidade de um treino para a vida espiritual, que na realidade já fazemos, mas muitas vezes não temos consciência disso. E levando isso para o virtual, vejo esse treinamento de uma forma mais leve e integrada à nossa rotina, além de nos empoderar com autoconhecimento pela liberdade de expressão de nossos avatares que finalmente serão criados nesse mundo Metaverso.
E que seja uma oportunidade para nós seres humanos de ampliar nossa visão da existência, de nossa própria humanidade e abrir portas para uma revolução intelectual relacionada diretamente com nossa evolução espiritual.
Neiva Nigres
Arquiteta e Urbanista
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