Projeto Inspiração inclui atividade agrícola, costura em couro e reciclagem de eletrônicos

Oferecer oportunidade para pessoas que fazem tratamento de saúde mental na rede pública ou privada. É com essa finalidade que a Fundação Allan Kardec realiza desde setembro de 2018, em Franca, o projeto de inclusão social Oficinas Inspiração. Atualmente, três oficinas estão em atividade – Agrícola, Costura em Couro e Reciclagem de Eletrônicos - com 45 “oficineiros’, como são chamados os participantes, mas a intenção é implantar outras sete e atender 200 pessoas no total. Para 2022, já está previsto o início de uma oficina de culinária.

Coordenadora de Desenvolvimento Humano da entidade, Renata Reis Visites, diz que as oficinas surgiram como forma de inserção e geração de renda para essas pessoas. “Eles têm muita dificuldade de conseguir um trabalho formal, seja pelo uso de medicamentos ou por metas não atingidas nas empresas, então o projeto surgiu como uma oportunidade de trabalho e de resgate da autoestima. Como esse trabalho é remunerado, eles passam a compor renda e acabam mais valorizados dentro de casa”.

Na oficina Agrícola, o trabalho consiste na produção de hortaliças e frutas orgânicas que são comercializadas diariamente, a partir das 9h30, na porta da Fundação Allan Kardec, no Bairro Cidade Nova. São 30 tipos de verduras e legumes cultivadas sem o uso de agrotóxicos. Carlos Rosa Valentim é dos oficineiros e se diz realizado com o trabalho no local. “Para mim é muito importante, tenho uma família aqui na horta”.

Já a oficina de Costura em Couro realiza trabalhos artesanais, a partir de retalhos de couro doados por empresas e a costura de sapatos repassada por fábricas locais. As peças ali produzidas, como bolsas, porta níquel, porta nota e lixeira de carro, são comercializadas em um bazar da Fundação ou através de uma ‘estante itinerante’ que percorre os estabelecimentos da cidade.

Monitor da oficina de Costura, Júlio Santos, diz que os oficineiros participaram de um curso de capacitação no Senai e estão habilitados a realizar os tipos de trabalho em costura, inclusive sob encomenda. “Costuro bolsa, carteira e melhorei muito com a oficina. Estou aprendo cada vez mais”, diz a oficineira Michelle Silva Terêncio.

A partir de doações de equipamentos como computadores, impressoras, telefones, celulares, baterias, secadores de cabelo, liquidificadores e outros, a oficina de Reciclagem de Eletrônicos desmonta as peças e vende para uma multinacional e também faz a destinação correta dos materiais, tendo todo o cuidado com a questão ambiental.

“Todo tipo de eletrônico e eletrodoméstico em geral pode ser repassado para a oficina. Temos os parceiros que adquirem essas peças com a finalidade de reciclar o material, nada é jogado na natureza”, explica o monitor Adilson Rodrigues da Silva.

Para o oficineiro Maciel Silva, participar do projeto trouxe uma ocupação e autonomia financeira. “Estou há dois anos na oficina de Reciclagem e tem sido muito positivo essa participação”.

Renata explica que as oficinas acontecem de segunda a sexta-feira, das 8 às 16 horas e oferece aos participantes café, almoço e lanche da tarde. O trabalho é baseado em um processo cooperativista e cada oficina possui um caixa. Ao final do mês, 80% do montante arrecadado é rateado entre os integrantes e o restante destinado para despesas e investimentos nas oficinas.

Interessados em fazer doação de eletrônicos ou compra de artesanatos e hortaliças podem entrar em contato pelo WhatsApp (16) 99969-0648 ou ir até a Fundação Allan Kardec, localizada na rua José Marques Garcia, 675, Cidade Nova.

Veja o vídeo sobre o projeto Oficinas Inspiração da Fundação Allan Kardec