O mercado de ações conseguiu reverter o mau humor e fechar em alta de 1,80% no mês, apesar de acumular uma queda de 8,28% no ano. A inflação alta prejudica o retorno na renda fixa
Após um terceiro trimestre de estresse nos mercados por causa da crise política e econômica interna - o que levou o dólar ultrapassar a barreira dos R$ 4 em alguns dias - parece que muitas das notícias ruins foram absorvidas.
A bolsa encerrou outubro com retorno de 1,80% aos 45.868 pontos, mas ainda acumula baixa de 8,28% no ano, segundo ranking do administrador de investimentos Fabio Colombo.
“A presença do ministro da Fazenda Joaquim Levy foi garantida até o momento, o dólar cedeu e a própria bolsa encontrou seu preço da crise, na faixa de 45.500 e 48.000 pontos. A tendência é que os preços de dólar e bolsa, no fechamento de outubro, sejam transferidos para o fim do ano, já que o Congresso vai entrar em recesso e isso reduz o número de notícias negativas", avalia Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora.
Com a manutenção dos juros nos Estados Unidos entre 0% e 0,25% ao ano pelo Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) na última semana do mês, o dólar recuou 2,60% em outubro, cotado a R$ 3,86.
No ano, porém, o dólar valorizou-se 45,04%, o que deixou feliz o investidor que manteve o dinheiro aplicado nesse período em fundos cambiais.
O euro desvalorizou-se 4,03% em outubro, mas ofereceu retorno de 31,64% no ano. O ouro, que é cotado em dólar, fechou em queda de 0,53% em outubro, mas também está nas primeiras posições do ranking no acumulado do ano, com valorização de 38,31%.
Na avaliação de Figueredo, o comportamento do investidor no mês passado mostrou que ele está se guiando menos pelas tensões políticas no Brasil e mais pelo cenário internacional.
"O ano acaba daqui a dois meses e agora é comprar ou vender. O investidor precisa planejar 2016 e está mais plugado com o que acontece lá fora", diz o analista.
Desta forma, o que ainda deve trazer volatilidade à renda variável são os números do mercado de trabalho e da atividade econômica nos Estados Unidos - que indicam a probabilidade do Fed subir ou não a taxa de juros do país na última reunião do ano, em dezembro.
Por isso, o analista da Clear diz acreditar que o dólar permaneça abaixo de R$ 4 até que haja um novo sinal do Fed. Outro fator que vai influenciar essa estimativa é o encaminhamento dos problemas políticos e econômicos no Brasil.
"No começo do próximo ano, o estresse no mercado volta porque ainda há um cenário nebuloso no Brasil: de recessão, incertezas sobre a questão fiscal, possibilidade de impeachment e a Operação Lava Jato. Por isso, o período de menor volatilidade deve ser temporário", afirma.
INFLAÇÃO AINDA ABOCANHA GANHOS DA RENDA FIXA
Entre as aplicações de renda fixa, o destaque de outubro foi o título público indexado à inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que ofereceu retorno indicativo de 1,20% a 1,35%.
No ano, esse papel também teve um bom desempenho, com rendimento médio de 14,10%, de acordo com o vencimento.
Fabio Colombo diz que este título oferece a melhor taxa atualmente, mas deve ser mantido em longo prazo na carteira do investidor.
Ainda assim, não só os títulos do Tesouro, mas as demais aplicações perderam da inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado), que no mês passado acelerou para 1,89%.
"Os ganhos na renda fixa só melhoram mesmo quando a inflação desacelerar. Por enquanto, ainda são pequenos", afirma o administrador. A projeção dele é que o IPCA de outubro fique em 0,78%.
Segundo o ranking, os fundos de renda fixa ofereceram um retorno bruto médio de 1,10% a 1,25% em outubro e de 10,91% ao ano, de acordo com a taxa de administração.
Os fundos DI seguiram a mesma tendência, com rendimento bruto médio de 1% a 1,15% no mês e de 10,96% no ano. A rentabilidade média dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) foi menor: de 0,95% a 1,10% no mês e de 10,48% no ano.
Tanto no mês quanto no ano, a poupança continuou oferecendo um rendimento líquido menor do que a inflação, de 0,68% e de 6,62%, respectivamente.
Para Roberto Indech, analista da Rico Corretora, com a perspectiva dada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) de que a Selic permaneça em 14,25% ao ano até meados de 2016, o investidor pode considerar aplicar em títulos públicos prefixados (quando se sabe qual será o retorno no ato da aplicação).
"Há papéis que oferecem uma taxa maior do que a Selic e com aplicação mínima de R$ 30. É uma opção de diversificação, mas o título deve ser mantido pelo investidor até o vencimento", afirma.
Quem fica até o vencimento recebe o retorno combinado. Porém, se precisar do dinheiro e vender o título antes do prazo, terá de aceitar a taxa de mercado, que pode ser menor do que a esperada.
Outro risco de aplicar em títulos do Tesouro prefixados, lembra Colombo, é que diante de tantas incertezas, a Selic pode subir mais do que a taxa oferecida hoje nesse tipo de aplicação.
"Acho um grande risco porque, para pagar um Imposto de Renda (IR) menor e valer a pena, o investidor precisa ficar dois anos na aplicação", conclui.
OUÇA: Os prós e contras ao investir em títulos públicos
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