Cidade teve 7º maior saldo no Estado, apesar de demissões na indústria. Economista fala em recomposição de vagas e vê números com cautela.

Na contramão da queda nos dados nacionais, Franca (SP) terminou maio com a geração de 502 postos com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho divulgados na sexta-feira (24).

De acordo com o levantamento, o índice se deu por conta das 461 vagas abertas na agropecuária e outras 318 em serviços, enquanto a indústria, que tem nos calçados sua principal vocação, terminou com déficit de 178 vagas.

A cidade, que no primeiro trimestre liderou o ranking estadual, terminou maio na sétima posição em geração de trabalho.

Para o economista Antônio Moraes Júnior, do Centro Universitário Municipal de Franca (Unifacef), um movimento de recomposição após um período de queda pode explicar os números.

O desempenho é oposto ao de cidades como Ribeirão Preto (SP), que no mesmo período fechou 285 vagas e ficou na 23ª pior posição do Estado na geração de oportunidades com carteira assinada.

"Franca também é uma cidade que tem presença no setor agropecuário, isso pode ter colaborado, principalmente no setor cafeeiro", afirma.

Cautela
Segundo o Caged, o mercado local admitiu 4,3 mil pessoas e demitiu 3.798 no mês passado, com um saldo de 502. Situação inversa à observada em maio de 2015, quando foram perdidos 391 postos formais.

Apesar dos números positivos, Moraes Júnior acredita que é preciso esperar para ver se dinâmica vai se sustentar pelos próximos meses. Segundo ele, inaugurações pontuais de empresas podem ter influenciado também no saldo de serviços.

"Isso pode ser uma recomposição. Serão necessários alguns meses pra gente ter uma tendência relativamente mais consistente, se realmente Franca está gerando mais oportunidades", diz o economista.