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A receita para inovar sem tirar coelho da cartola

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Notícias 26 Ago, 2016
Fundada em 2002, a Dextra, de Bill Coutinho (foto), fornecedora de softwares sob medida, adotou novos processos e abriu mão de hierarquias rígidas para se reinventar

As expressões “sair da zona de conforto” ou “pensar fora da caixa” se tornaram clichês quando se fala de empreendedorismo. Usadas à exaustão, essas frases motivacionais foram perdendo o sentido.

Hoje, algumas empresas estão saindo do discurso e adotando atitudes práticas para se tornarem, realmente, inovadoras.

Muito mais do que estimular os funcionários a pensar de forma diferente ou serem criativos, é preciso construir uma atmosfera para que essas que novas ideias possam brotar e florescer.

Os sócios da Dextra, empresa com sede em Campinas, perceberam isso e, há algum tempo, realizaram uma série de mudanças que afetaram positivamente o negócio.

“A inovação precisa de um ambiente propício”, afirma Bill Coutinho, sócio da empresa e diretor de tecnologia. “Estamos constantemente construindo essa esfera favorável.”

 

FUNCIONÁRIOS DA DEXTRA/FOTO:Dilvulgação
 

PROCESSO ÁGIL

Em 2007, foi adotada a primeira iniciativa para essa mutação: a modificação do modelo de produção. No início, a empresa mantinha processos tradicionais e utilizava um sistema conhecido como “fábrica de software”.  

Ao ser procurada para desenvolver um aplicativo ou plataforma, a primeira atitude da empresa era marcar uma longa reunião para entender todas as necessidades do cliente.

Após essa etapa, era feita uma análise interna para definir o prazo de entrega – que variava entre seis meses e um ano.

Durante esse intervalo de tempo, não havia contato entre os desenvolvedores e programadores da Dextra e os clientes.

Esse modelo apresentava sérios problemas. Os projetos demoravam tanto tempo para serem concluídos que as tecnologias mudavam e as necessidades dos clientes já eram outras quando o trabalho era finalizado. Além disso, esse processo se tornou incompatível com o aumento da demanda e o crescimento da empresa.

Para solucionar o entrave, a Dextra começou a adotar um método de desenvolvimento ágil. Tudo começa por compreender apenas a visão do cliente.

Em apenas duas semanas, é realizado um projeto inicial apenas com algumas partes fundamentais. A partir desse ponto, a empresa e o cliente vão trabalhando em conjunto para desenvolver o trabalho final.

Com isso, os sócios da Dextra conseguiram ganhar mais flexibilidadeque as concorrentes. Se nas duas primeiras semanas, o projeto não está seguindo a direção que cliente deseja, eles podem mudar de curso rapidamente – o que economiza tempo e dinheiro.

“Essa forma de produção é comum no mercado americano, mas no Brasil os clientes ainda têm dificuldades de acompanhar o projeto e de conseguir o produto final que deseja”, afirma Coutinho. “Ao adotarmos esse modelo, oferecemos a agilidade e a participação de que eles necessitam.”

 

SALA DE REUNIÃO DA DEXTRA: AMBIENTE DESCONTRAÍDO. FOTO: Divulgação
 

GESTÃO PARTICIPATIVA

Outra mudança essencial ocorreu na gestão de pessoas. Desde a fundação da Dextra, os sócios priorizam a contratação de uma equipe de profissionais extremamente qualificados.

Uma tarefa nada simples – o setor TI é um dos que apresenta maiores índices de escassez de mão de obra e de alta rotatividade.

Mas além de bons profissionais, a empresa buscava inovação e, para tanto, teve de mexer em suas estruturas internas.

A Dextra adotou um modelo semelhante à gestão horizontal ou participativa – com menos hierarquias e mais liberdade para os funcionários.

Ali trabalham atualmente cerca de 150 funcionários, divididos em equipes de 8 a 12 pessoas. Esses núcleos de trabalho são chamadas células.

Cada uma dessas pequenas partes tem flexibilidade para definir horários, delegar tarefas entre si e decidir como os projetos serão tocados.

Além disso, a contratação de um novo membro da equipe é também feita pelos próprios funcionários.

E, independente dos cargos, todos podem participar do planejamento estratégico e saber detalhes da vida financeira da Dextra.

Com essas mudanças, a empresa figura na lista de melhores empresas para se trabalhar do Instituto Great Place to Work (GPTW). 

Mas a principal consequência foi a construção de um ecossistema propício para “sair da zona de conforto” ou “pensar fora da caixa”. “Não dá para inovar num ambiente cheio de restrições”, afirma Coutinho.

 

AMBIENTE QUE AJUDA OS FUNCIONÁRIOS A SE DESCONTRAIR/FOTO: Divulgação
 

Com um processo que possibilita mudanças velozes e funcionários com liberdadepara experimentar, a inovação foi uma conseqüência. “Nós damos espaço para nossos funcionários errarem e aprenderem”, diz Coutinho. “Esse melhor caminho para se produzir de forma diferente.”

 

 

Hoje, a Dextra colhe os frutos. Entre seus projetos recentes, há um aplicativo de realidade virtual para a Livelo (programa de acumulo de ponto do Bradesco e Banco do Brasil) com vídeos de 360 graus e maquetes virtuais criadas para simular um ambiente real de interação, e uma plataforma web que conecta alunos ao mercado de trabalho para rede educacional Kroton.

Entre os clientes da empresa estão a Natura, DPaschoal, Marisa e Globosat. O faturamento da Dextra vem crescendo em um ritmo de 10% a cada ano, em média. 

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