Quanto vale um guarda-chuva? E uma vaga de estacionamento? Na maioria das vezes, são as circunstâncias que ditam o valor a ser pago pelo consumidor. No entanto, já há quem diga que o velho equilíbrio entre quanto maior a demanda, maior o preço, há de ser vencido em breve.
O modelo de economia compartilhada, que vem sendo construído por uma nova geração de empreendedores em todo o mundo, tem também os seus representantes no Brasil.
Há alguns dias, Nathan Janovick, da Rentbrella, Luiz Candreva, da ezPark, e Mariana Penazzo, da Dress&Go, se reuniram no fórum de varejo Brazilian Retail Week (BR Week), realizado na capital paulista, para falar sobre o assunto.
Conhecida no mercado de moda, Mariana fundou a Dress&Go com a ajuda de uma amiga. A proposta do negócio é a locação de vestidos de estilistas renomados pela internet por valores bem abaixo do original.
Janovick criou a Rentbrella, primeira empresa a oferecer compartilhamento de guarda-chuvas na América Latina, em que o usuário consegue alugar um guarda-chuva em um ponto de retirada, como estações de metrô, pagando apenas R$ 1 por hora. Quando não precisar mais, pode devolver em qualquer outro ponto, geralmente localizado em prédios comerciais ou estações de ônibus e metrô. Atualmente, são mais de 50 pontos dispostos na região da avenida Paulista, em São Paulo.
Já Candreva idealizou um aplicativo que mostra as vagas de estacionamento disponíveis próximas ao motorista. Além de estacionamentos tradicionais, os próprios usuários podem criar ofertas e anunciá-las para os demais, como, por exemplo, alugar a garagem da sua casa.
Por questões de segurança, o anunciante precisa autorizar (ou não) todas as solicitações. Depois que a negociação é concretizada, o aplicativo retém uma comissão simbólica e quem anunciou a vaga fica com o restante.
Embora tenham propostas de negócio totalmente diferentes, as três empresas têm os mesmos objetivos: facilitar o dia a dia de seu público-alvo, promover um novo jeito de viver, além de criar uma nova maneira de enxergar o mundo e uma nova forma de utilizar bens e serviços.
Mas, diante dessas propostas, surge a seguinte dúvida: esses negócios representam algum tipo de ameaça ao varejo tradicional? As pessoas deixarão de comprar vestidos, guarda-chuvas ou de parar seus carros em estacionamentos tradicionais?
Mariana, Janovick e Candreva são unânimes em responder que "ainda não". Trata-se apenas de mais uma opção para os consumidores. No entanto, eles também opinam que é preciso se adaptar. Para alguns varejistas, pode ser interessante adotar ações de economia compartilhada, e para outros, simplesmente apoiá-las, mostrando engajamento com a causa.
COMO TUDO COMEÇOU
Alguns especialistas citam que esse novo modelo de consumo surgiu como uma resposta à crise econômica de 2008. Sempre citada como um exemplo deste movimento, o Airbnb, na verdade, pegou carona com uma outra startup da economia compartilhada: a Couchsurfing, que surgiu em 2004 para conectar viajantes em busca de hospedagem por uma noite e que não pagavam pela estadia, pois também recebiam turistas em suas casas.
Somente quatro anos depois, surgia o Airbnb e, logo, começamos a nos acostumar com a ideia de dividir carros, equipamentos e a enxergar o outro lado da moeda: a possibilidade de ganhar dinheiro sem necessariamente precisar abrir uma empresa.
Desse universo, Ana Júlia Ghirello, fundadora da abeLLha, incubadora que apoia projetos de impacto social, entende bem. Com um apartamento em São Paulo e outro no Rio de Janeiro, Ana Júlia está sempre com a casa cheia.
“Quando estou em São Paulo, alugo minha casa no Rio e vice-versa. Tenho dois apartamentos pelo custo de um. Para me deslocar, uso aplicativos como 99 e para viajar alugo o carro que quiser”, diz.
Se morasse nos Estados Unidos, a empreendedora faria parte dos 51% da população que já utilizam algum serviço de compartilhamento. No Brasil, ainda faltam estudos para detalhar a prática.
De acordo com uma projeção da consultoria PwC, a economia compartilhada deverá movimentar mundialmente US$ 335 bilhões em 2025. O Airbnb, por exemplo, é responsável por R$ 2,5 bilhões do PIB brasileiro.
Nos Estados Unidos, a General Motors lançou um serviço de olho nessa nova dinâmica da economia. Com a Maven, sua marca de carros compartilhados, a companhia mira em profissionais que não têm vínculo empregatício e são contratados para serviços de carona ou de entregas.
Por US$ 229 por semana, estas pessoas têm acesso ao modelo elétrico Chevrolet Bolt para rodar sem limite de quilometragem. Os custos de seguro, abastecimento e manutenção também estão inclusos na tarifa. Os primeiros parceiros da GM no novo serviço são a Uber e a Lyft – empresa em que a montadora investiu US$ 500 milhões no ano passado.
Já em Hong Kong, o compartilhamento de sombrinhas tem uma pegada diferente da de Janovich. O recurso de compartilhamento proposto pela empresa Umbrella Here traz um dispositivo acoplado no topo do guarda-chuva que mostra se o usuário está disposto ou não a dar uma carona a um desconhecido em meio a um temporal. O equipamento fica iluminado com a cor verde para quem estiver disponível, e vermelho para quem não quiser compartilhá-lo.
"É claro que preço importa, mas a cultura do compartilhamento consegue transpor a fixação do apoderamento. Ter ou comprar deram lugar para a ação de ter acesso a alguma coisa. É isso que realmente importa agora", diz o fundador da Rentbrella.
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