No lugar certo, na hora certa. Um empresário de Iracemápolis, no interior de São Paulo está lucrando em meio à crise
Muita gente acredita que para empreender é preciso dinheiro. O empresário João Elizandro Silveira, 36 anos, discorda. Para ele, coragem é o mais importante.
Há 12 anos, quando ele decidiu mudar de cidade, e investir os R$ 60 mil que juntou trabalhando como garçom durante 11 anos para abrir a primeira churrascaria de uma cidade com menos de dez mil habitantes, ninguém acreditava que aquilo daria certo. “Me chamavam de louco, mas era o meu sonho, e o que meu dinheiro podia pagar”.
Em dois anos, veio a primeira conquista. Silveira saiu de um espaço alugado para empreender num imóvel próprio. Um restaurante com 150 lugares (o dobro da capacidade do anterior), no melhor ponto comercial de Iracemápolis, a 158 quilômetros de São Paulo – um investimento de R$ 300 mil.
“As pessoas continuavam achando a minha conduta exagerada. Um tanto desproporcional para o retorno que a cidade poderia me oferecer”, diz.
Mas, a verdade é que Silveira sabia o que estava fazendo. Como único restaurante da cidade, ele serve mais de 800 pessoas por dia, e mesmo conhecendo a simplicidade do público com que trabalha não se limita a oferecer o básico. “Nunca deixei de investir, e não desmereço a minha clientela”.
Acompanhando as tendências de outras grandes churrascarias, ele incluiu em seu cardápio todas as modalidades de serviço, como self-service (R$ 32,90), por quilo (R$ 41,90) e rodízio (R$ 42,90). Além de oferecer também uma extensa variedade de saladas, pratos quentes, combinados japoneses, e sobremesas.
MERCEDES
Satisfeito com a estabilidade do seu negócio nos últimos anos, Silveira estava preparado para alçar novos voos, quando foi surpreendido pela notícia de que a automobilística Mercedes se instalaria na cidade.
O plano de levar a Estrela do Sul para São Carlos, a 244 quilômetros da capital foi adiado, para que mais uma vez, ele investisse em Iracemápolis.
Confiante de que isso lhe traria ainda mais demanda, ele não imaginava o impacto que a própria construção da nova fábrica traria ao seu comércio. “Em menos de seis meses meu movimento mudou e já havia fila para entrar no horário do almoço”.
Sem tempo para pensar em crise, Silveira alugou o salão ao lado que estava desocupado, fez uma pequena reforma, e interligou os dois espaços, e passou a oferecer 90 novos lugares no restaurante.
Além disso, Silveira comprou três terrenos (750 metros quadrados) próximos à sede da Mercedes, onde levantará um novo restaurante com 400 lugares, nos mesmos moldes do que ele administra hoje, com um investimento de R$ 1 milhão.
Com a multinacional, pelo menos, outras 25 empresas de pequeno porte também já se instalaram na cidade. Além de ampliar a clientela, e aumentar o faturamento em 55%, cresceram também os pedidos de marmitex, que antes não eram significativos, e hoje representam 10% da receita.
Hoje, com a fábrica já em funcionamento, o entra e sai é constante entre 11h30 e 13h, quando o movimento fica mais tranquilo, e o empresário consegue passar de mesa em mesa, checando a qualidade do que foi servido.
Como era de se esperar, a inauguração trouxe alguns estrangeiros a cidade. A preocupação em fidelizá-los levou Silveira a se debruçar sobre receitas tradicionais alemãs possíveis de serem replicadas em sua cozinha, como o chucrute (uma conserva de repolho fermentado) e joelho de porco, mas a tentativa foi frustrada.
Silveira chegou a pensar que havia errado algum processo do prato, mas logo descobriu que, na verdade, os alemães estavam apaixonados pela culinária brasileira. Cortes de contra-filé, e picanha estão entre os preferidos desse público.
Outra adaptação é tentar harmonizar o português, inglês e alemão. Por isso, alguns funcionários já foram matriculados em cursos de inglês e alemão. "Por enquanto, só aprendi Guten tag (bom dia, em alemão)", diz.
"Se há dez anos me dissessem que meu futuro seria esse, jamais acreditaria. Por isso, tenho certeza de que, é preciso coragem para empreender".
*FOTO: Thinkstock
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