Uma recente pesquisa da ManpowerGroup, consultoria de contratação e gestão de pessoas, trouxe uma boa notícia para os trabalhadores brasileiros.
O levantamento Perspectiva de Emprego apontou que, entre outubro e dezembro, a intenção de contratação cresceu oito pontos percentuais, em comparação com o mesmo período do ano passado. Entre os empregadores brasileiros, 12% preveem aumentar o quadro de funcionários.
O setor que mais espera contratar é o comércio atacadista e varejista, que apresentou alta de 17 pontos percentuais em relação aos três últimos meses de 2016. O indicador atual é o mais otimista desde 2014.
O estudo da Manpower Group entrevistou 850 empresas brasileiras, de diferentes setores e portes.
“O comércio atua diretamente com o consumidor final, que também está mais otimista”, afirma Márcia Almström, diretora da ManPower Group. “O aumento de consumo nas lojas fomenta toda a cadeia produtiva, o que gera também mais contratações nas empresas de logística e na indústria.”
Veja os principais trechos da entrevista com a executiva, que fez um balanço sobre o otimismo entre os empresários e os impactos nas contratações da nova Lei da Terceirização, que já está em vigor, e da Reforma Trabalhista, que passa a valer em 11 de novembro.
QUAIS OS FATORES QUE EXPLICAM O AUMENTO DA INTENÇÃO DE CONTRATAÇÃO NO COMÉRCIO?
O levantamento da Manpower segmenta a intenção de contratação considerando fatores sazonais e fatores econômicos. No final do ano, as contratações tendem a aumentar devido ao período de festas e maior poder de compra das famílias, impulsionados com o ganho do 13º salário.
Em termos de reação ao fim da recessão, o varejo atua na ponta, com o consumidor final. Mas há uma cadeia de valor que também será beneficiada.
O aumento do consumo em um supermercado, por exemplo, gera maior volume de compras junto aos fornecedores, o que fomenta a contratação de pessoal nas empresas de logísticas e na indústria.
Comparando com 2016, prevemos um crescimento de 20% na contratação de trabalhadores temporários. Serão abertos cerca de 120 mil postos de trabalho.
A cidade de São Paulo puxará essa demanda, pois é onde há a maior concentração de estabelecimentos comerciais e serviços do país.
QUAIS VAGAS SERÃO MAIS REQUISITADAS?
No comércio são esperadas contratações de vendedores e estoquistas, o que é comum nesta época do ano. Haverá vagas na área operacional em diferentes setores, mas principalmente em serviços de alimentação.
Também haverá oportunidades em funções gerenciais, como gestão de pessoas e processos de venda.
Vemos muitas vagas com menos complexidade de capacitação. No momento de busca por candidatos, as empresas ficam mais flexíveis, o que é bom para gente que não preenche todos os requisitos e está em busca de recolocação.
O aumento na contratação de temporários também tende a ser inclusivo, com contratações de idosos, deficientes e jovens em busca do primeiro emprego. Há estudos que mostram que 34% dos temporários são contratados como funcionários regulares.
OTIMISMO AINDA É MENOR EM PEQUENAS EMPRESAS?
As grandes empresas reportaram os mais fortes planos de contratação, com 12% de intenção. Entre as pequenas empresas, ainda há um clima de incerteza, com previsão de contratação de -1%. Isso é comum.
As grandes empresas têm aportes externos de suas matrizes internacionais e tem fundos para manter os investimentos, mesmo que menores, em momentos de crise.
As pequenas empresas sofreram mais com a recessão, muitas fecharam as portas. As médias ainda não aderiram totalmente as tecnologias de gestão, ainda falham em análise de dados, gestão de pessoal e estratégia. Mas isso tende a melhorar com o tempo.
As pequenas só terão condição de retomar seus negócios e contratar mais com a retomada, de fato, da economia. Com as grandes empresas investindo mais, haverá maior demanda de produtos e serviços entre as pequenas, que são suas fornecedoras.
QUAL O IMPACTO DA REFORMA TRABALHISTA E DA LEI DA TERCEIRIZAÇÃO NA GERAÇÃO DE VAGAS?
Fizemos uma análise integrada da Lei de Terceirização e a Reforma trabalhista. A demanda do final de ano faz com que o trabalho temporário seja fonte empregadora. Há uma conquista.
O tempo para se manter como temporário na empresa aumentou. Antes, findado o período de trabalho temporário (até seis meses), o trabalhador tinha que ficar outros seis meses afastado da empresa.
Com a nova lei, serão 180 dias não corridos. Exemplo: a Coca-Cola Femsa tem picos de trabalho diferentes no verão e no inverno. O trabalhador temporário poderá prestar serviço de maneira intercalada, contemplando todos os períodos de pico.
Isso também vale para o varejo, que tem picos de venda em diferentes meses do ano, como Dia das mães e Natal.
A REFORMA TRABALHISTA PODE PRECAIZAR AS CONDIÇÕES DE TRABALHO E OS SALÁRIOS?
Há, de fato, uma discussão em torno da precarização do trabalho. Mas temos que analisar o momento socioeconômico do Brasil de hoje. Estamos falando de 13 milhões de desempregados. Muitas empresas estão sem condições de retomar sua produção, pois não suportam os custos, que aumentaram em relação ao faturamento.
Então, ou criamos novas formas de girar a máquina produtiva ou não haverá emprego.
Com a reforma, haverá flexibilidade no trabalho, o que torna a empresa atrativa para os novos talentos, que prezam flexibilidade, querem ajustar o emprego ao seu estilo de vida, apoiados pela tecnologia que permite trabalho remoto.
NOS ÚLTIMOS ANOS, A MASSA OCIOSA AUMENTOU E PESSOAS QUALIFICADAS PASSARAM A ATUAR EM OUTRAS AREAS DE MENOR COMPLEXIDADE. ESSES TRABALHADORES ESTÃO DEFASADOS EM TERMOS DE CAPACITAÇÃO?
A busca por qualificação é mais difícil para quem está desempregado, devido às restrições financeiras. Porém, quando analisamos as organizações, percebemos a reconstrução das funções. A tecnologia está transformando o trabalho. Funções acabam –e outras que não existiam passam a existir.
Orientamos as pessoas a serem flexíveis em suas áreas de atuação. Quando um engenheiro civil, por exemplo, trabalha em funções menos complexas devido à recessão, pode adquirir novas competências e se tornar flexível para atuar em outras áreas com maior demanda.
Há estudos que mostram que o emprego não vai acabar. Mas haverá uma mudança nas funções. Áreas relacionadas a desenvolvimento tecnológico e análise de comportamento das pessoas tendem a crescer nos próximos anos.
Pessoas conectadas e atentas às mudanças causadas pela tecnologia podem trabalhar nesses novos empregos. Também haverá outros formatos de carreira. Por exemplo, nos próximos anos, pode não existir a função de analista pleno de recursos humanos – e sim de especialista em cultura e mudança.
Estar aberto às mudanças e ter capacidade de aprendizado pode importar mais do que qualificação técnica.
IMAGENS: Divulgação e Estadão Conteúdo/Itaci Batista
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