Há três anos, os clientes do Magazine Luiza têm a opção de comprar produtos pelo site da rede e retirar na loja em dois dias. Bem-sucedida, a previsão é que a modalidade “Clica & retira” (do inglês click-and-collect), terá o tempo de retirada reduzido para 24 horas até o fim de 2018.
Hoje, em São Paulo, o prazo de entrega de itens pequenos já é, na maioria dos casos, de menos de 24 horas. Mas a estratégia não para por aí: planejando os próximos passos, em agosto passado a varejista testou, por um dia, o sistema de entrega em apenas duas horas em 61 lojas no Brasil.
Apesar de a maioria dos consumidores que compra pela internet ainda receber as compras em casa, 20% optam por retirar produtos nos Correios ou lojas físicas. Em certas categorias -como livros, games, celulares e vestuário -, ou em cidades específicas, a modalidade já bate nos 50%.
A conclusão é do estudo “Click-and-collect: a visão dos varejistas e do shopper sobre a tendência do clique e retire”, elaborado pela MindMiners em parceria com a Shopper Vista e conduzida em maio passado com mil entrevistados em todo o Brasil.
Consolidada nos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Japão, nesses países o clique e retire responde por 51% das operações online.
Por aqui, virou tendência principalmente pela necessidade de lidar com o abandono de carrinho das transações online, geralmente em razão dos altos custos de frete – motivo de desistência da compra para 81% dos consumidores, segundo a pesquisa.
“(O canal online) É um segmento que ainda não é rentável, e refém de estímulos criados anteriormente para promovê-los, como é o caso do frete grátis”, diz Danielle Almeida, diretora de marketing da MindMiners, lembrando que o clique e retire resolve outros problemas que envolvem a compra online, como a necessidade de ter pessoas em casa para recebê-la.
E a modalidade ganha cada vez mais força, por vários motivos. Para 42% de consumidores que têm hábito de compra mensal, 39% responderam que comprar online é mais barato.
O desejo por entrega rápida e o alto custo do frete também puxam o avanço – tanto que os prazos para retirada já agradam 59% deles. Já outros 92% afirmaram que comprariam mais se o frete fosse mais baixo.
Com a projeção de que o Brasil terá 60,4 milhões de compradores digitais até 2022 (dados da consultoria global eMarketer), uma alta de 34,8% ante 2018, a expectativa é que tendência se consolide juntamente com o crescimento do e-commerce, sinaliza a executiva da MindMiners.
“O clique e retire leva o consumidor para a loja”, afirma. “Isso significa que, se bem preparadas, as varejistas poderão aproveitar essa oportunidade para vender mais.”
BENEFÍCIOS x DESAFIOS
Outros dados apurados pela pesquisa da MindMiners quanto aos hábitos de compra online mostram que 44% dos consumidores optam pelo clique e retire para não pagar frete.
Já entre os 31% que não optam, o motivo é a falta de opção na loja. Daí a oportunidade para o varejo.
Os números dão pistas disso: o levantamento apurou que esses 20% da modalidade já ajudam a aumentar
em 5% o lucro das empresas que oferecem a opção. Isso porque 25% das pessoas que vão à loja acabam comprando outros produtos no momento da retirada
Ou seja, o aumento no fluxo ajuda a criar vendas adicionais – uma espécie de empurrão na venda, com potencial para minimizar a queda de fluxo nas lojas físicas, que devem se tornar minicentros de distribuição, segundo alguns insights da pesquisa da MindMiners.
O Magazine Luiza, onde 20% do total das compras do site são retiradas na loja, já está preparando suas unidades para isso. Segundo a varejista, seus 856 pontos de venda já estão sendo reformuladas para que 30% do espaço seja destinado ao estoque.
Esse é o processo que será finalizado em 2018. “A ideia é que mais pessoas possam retirar itens na loja”, informou.
Lockers, hotéis, lavandeiras, postos de gasolina, transportadoras e varejos de bairro, são opções de parceiros dos lojistas para retiradas de produtos comprados na modalidade.
Assim como a indústria: segundo a pesquisa, fabricantes como a Whirpool -dona das marcas Brastemp e Cônsul -têm menos de 20% de seu portfólio disponível em lojas, que se tornam ponto de retirada de compras online.
Mas, como todo processo de consolidação, o clique e retire ainda enfrenta alguns desafios segundo Danielle Almeida. Não apenas as pequenas, como também as grandes empresas enfrentam dificuldades para implementar a modalidade.
As dificuldades logísticas e a necessidade de ter pontos fisicos em diversos locais são alguns exemplos. Outro ponto é a própria integração de sistemas. "Há varejistas que possuem sistemas independentes para vendas online e em loja física”, afirma. “Integrar esses dois mundos é que fará o clique e retire se tornar uma realidade”, finaliza.
FOTO: Divulgação/Magazine Luiza
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