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Os caminhos da reindustrialização para a cidade de Franca

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Artigos 19 Nov, 2024
No artigo desta semana, economista do IE-ACIF fala sobre o assunto e analisa o setor industrial da cidade

Atualmente, de acordo com dados do IE-ACIF (Instituto de Economia da Associação do Comércio e Indústria de Franca)/Receita Federal, Franca conta com 8.282 indústrias em diversos setores, como calçados (sua principal produção), têxtil, alimentação, bebidas, entre outros. Nos últimos cinco anos, considerando a inclusão dos Microempreendedores Individuais (MEIs), o número de novas empresas apresentou um crescimento médio de 13%. No entanto, ao excluirmos os MEIs, observamos uma retração média de 0,17% na abertura de novas indústrias. Esse dado sugere que o aumento do número de indústrias tem sido impulsionado principalmente pelos MEIs, que, embora representem um volume significativo de novos negócios, têm uma capacidade limitada de geração de empregos e um faturamento modesto.

Outra perspectiva interessante para se analisar o setor industrial é a do emprego. Segundo a última divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a indústria francana emprega atualmente 27.972 trabalhadores. De 2020 (marco inicial do Novo Caged) até 2024 – ainda em aberto – o setor registrou um crescimento médio de 8,18% no número de trabalhadores. Esse dado levanta uma segunda hipótese relevante para análise.

Um terceiro indicador relevante é o Produto Interno Bruto (PIB) industrial. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 2021 indicam que a indústria de Franca representou 14,3% do PIB municipal. Analisando o período entre 2017 e 2021, constatamos uma queda média de 5,6% na participação da indústria no PIB local. Esse recuo gera uma terceira hipótese sobre o desempenho da indústria.

Com base nessas variáveis, podemos afirmar que, exceto pelo MEI, o número de novas indústrias em Franca permaneceu estável nos últimos cinco anos, o emprego no setor voltou a crescer, mas o PIB industrial sofreu uma redução expressiva de aproximadamente 6%. Uma possível explicação para esses movimentos está no impacto da pandemia da Covid-19, que interrompeu a criação de novas indústrias e afetou o PIB, especialmente entre 2019 e 2020, quando houve uma queda de 14,3%. O aumento de empregos após 2020 reflete mais uma recuperação do que um real crescimento, marcado pelo retorno de trabalhadores após as demissões do início da pandemia, em vez de uma expansão significativa do mercado de trabalho.

Nesse cenário, a pergunta que surge é: qual a solução? O que significa reindustrialização? Nos anos 1990, com a globalização e a migração de indústrias para países com mão de obra mais barata, o setor industrial sofreu uma queda significativa. A reindustrialização atual busca caminhos distintos, como a Indústria Verde e Sustentável, a Indústria 4.0 e Tecnológica, além de políticas de incentivo, subsídios e uma maior integração com o planejamento urbano.

Nos próximos artigos, abordarei cada um desses temas, explorando como eles podem se aplicar à cidade de Franca, com dados e exemplos de outras cidades que alcançaram resultados positivos em prol da reindustrialização.

 

Adnan Jebailey/ Economista responsável pelo IE-ACIF    Foto: Imagem Freepik

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