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O Mercado de Trabalho Francano: em que ponto estamos?

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Artigos 17 Out, 2024
Economista do IE-ACIF aborda pontos importantes sobre o emprego na cidade

A busca por empregos formais com carteira assinada tem se tornado cada vez mais desafiadora em uma sociedade marcada pelo aumento de "pejotização" e trabalhadores intermitentes. Na cidade de Franca, esse cenário não é diferente. No entanto, há uma notícia positiva: entre janeiro e agosto de 2024, foram criados 5.688 postos de trabalho na cidade, elevando o total de empregados formais para 101.945, o que corresponde a quase um terço da população local.

Essa geração de empregos está distribuída por diversos setores da economia. Historicamente, em 1985, a indústria calçadista empregava mais da metade da população de Franca. Hoje, o cenário mudou: o setor de serviços lidera o número de contratações, empregando 41.581 trabalhadores, seguido pelo comércio, com 28.103; a indústria, com 27.785; a construção civil, com 3.473; e, por último, a agropecuária, com 1.003.

Essa mudança na alocação da força de trabalho tem sido benéfica. O setor de serviços oferece os melhores salários, com uma média estimada em R$ 3.012,00 por trabalhador, superior à média salarial geral da cidade, que é de R$ 2.857,00, segundo dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados). A maior participação no setor de serviços contribui para o aumento do salário médio em Franca, o que é um sinal positivo para o desenvolvimento econômico da cidade.

Entretanto, o crescimento também traz desafios. Atualmente, apenas 20% da força de trabalho formal possui Ensino Superior, e os trabalhadores com graduação podem ganhar até 100% a mais do que aqueles com Ensino Médio completo. Isso representa uma barreira significativa que a cidade precisa superar por meio de políticas públicas que incentivem a educação. O avanço do setor de serviços, que oferece salários mais altos em áreas como engenharia, medicina e desenvolvimento de software, também inclui empregos de baixa remuneração, como auxiliares de escritório e atendentes de lanchonete, reforçando a tradicional divisão entre empregos "estagnantes" e "progressivos" dentro do setor.

Diante desse panorama, Franca está em um momento de avanço, mas corre o risco de estagnação se não houver uma ação efetiva do poder público. É fundamental promover políticas que incentivem a criação de empregos qualificados e bem remunerados, garantindo o crescimento sustentável da cidade no mercado de trabalho.

 

Adnan Jebailey, economista do IE-ACIF (Instituto de Economia da Associação do Comércio e Indústria de Franca) 

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